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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

MAIS DA NOSSA HISTÓRIA



Partimos de contos, lendas e músicas do folclore brasileiro para trabalhar mais uma vez nossa voz no movimento de interpretação cênica, que é o nosso trabalho de mostra do processo do 2º semestre desse ano. 



O trabalho intitulado "A Trilogia dos Contos Brasileiros" vem propor o estudo de uma linguagem de narrativa e da interpretação que poderá ser conferida neste e no próximo mês nas apresentações no Teatro Clara Nunes no Centro Cultural Diadema.



A nossa "Oficina" é um processo de troca constante com os aprendizes e todos os trabalhos de pesquisa partem dos detonadores propostos pela orientação e do material trazido pelos atores. A mostra do processo elucida essas experiências formatadas em uma apresentação teatral.




"Se um dia nois se gostasse... Se um dia de verdade queresse mudar... Se nois se arresolvesse e lutasse... Talvez os fio dos homem a faca não puxasse..."



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Fotos e Texto: Uan Melo - Orientador

Um comentário:

  1. O conto, como hoje vemos, é uma forma literária reconhecida e utilizada por muitos escritores de renome. No entanto a sua origem é muito mais humilde. Começou na tradição oral dos povos, como um simples e despretensioso relato de histórias imaginárias. Além propor aos ouvintes modelos de comportamento; o conto era próprio dos momentos de lazer. Na tradição oral brasileira, após um jantar, se organizam as «rodas» em varandas cobertas, nos galpões ou em volta do fogo, onde, sobre a chapa de ferro do fogão a chaleira de água ferve para o cafezinho da noite. Formada a roda, o contador de histórias, geralmente um visitante, narra ao reduzido e familiar auditório, um causo (um conto) considerado interessante. Todavia, a sua narrativa está sujeita as certas circunstâncias que impõem a história, sua brevidade: a limitação da memória do contador, o pouco tempo que dispõe e a simplicidade da roda.

    Essas mesmas circunstâncias determinam a limitação do número de personagens, a sua caracterização vaga e estereotipada, a redução e imprecisão das referências de espaço e tempo, bem como a simplificação da ação. E foi nestas circunstâncias que se estruturou o conto como forma literária, e é, ainda hoje, a base do conto moderno.

    Dentro da tradição oral, o conto não tem propriamente autoria. Na realidade ele constitui uma criação coletiva, dado que cada «contador» lhe introduz inevitavelmente pequenas alterações e, assim passando sob modificações, de povo para povo. Daí vem o dito popular: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”

    É admirável ver como essas tradições orais, se submetem no tempo e no espaço, ao fenômeno da transplantação sem perder o sinal de origem. Passam de um a outro país, revivendo em raças e povos, as mais das vezes, tão diferentes.

    Não podemos esquecer que os contos populares com os quais hoje temos contato, são diferentes dos que se perpetuaram na tradição oral. A transplantação destes para a escrita implicou, necessariamente, alguma adaptação. Sim, porque a narrativa oral, além da ênfase, da entoação, era acompanhada por outros tipos de linguagem como os movimentos corporais, a mímica, variáveis de contador para contador e irreproduzíveis na escrita. Outro fato está em que às pessoas presentes na roda do conto, cerceavam com suas perguntas e comentários, a narrativa; impedindo que o contador desse vazão a sua imaginação criadora. Na transposição para a escrita, o escritor, evidentemente, não é submetido a essa censura de roda, podendo dar vazão a sua imaginação
    Ricardo Sérgio

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